domingo, fevereiro 16, 2003

Me surpreendem as notícias de mim mesma. Me dizem que as cores são vivas e que o corpo repensa os limites e se move . Me dizem que as paredes já não mais sufocam como costumavam e que as janelas são apenas janelas não mais o limite máximo da minha segurança. Me dizem que as pessoas machucam pelo hábito de se defenderem do ataque invisível do contato assassino e que muitas vezes não há culpados nem inocentes, apenas os dois lados igualmente responsáveis e fracos e fortes e desajeitados e dois lados igualmente apavorados e perdidos no meio de coloridos ambíguos e incompreensíveis à primeira vista - às vezes até à segunda e à terceira. À s vezes, tenho notícias de uma tristeza, de uma vontade de nada, mas só às vezes... As notícias de mim mesma informam que estou bem. Que dias nublados também têm a sua beleza e que se a chuva me pega no caminho o melhor é encarar e abrir bem a boca pra absorver o máximo do que me oferecem.