domingo, julho 25, 2004

Sensação estranha. Parece que encontrei comigo mesma de repente. Comprei uma revista que tinha uma entrevista com oVitor Ramil. Comecei a ler a dita cuja, e tive a sensação de me encontrar, sem mais nem menos, com o humano de outra pessoa, que me lembrou o meu humano, e dei de cara comigo mesma.  Senti aquilo que costumo sentir quando encontro uma pessoa muito querida, coisa de afeto mesmo. Senti afeto por mim, como se tivesse passado muito tempo sem me encontrar e de repente...Olhei em volta, no ônibus, e tudo me pareceu humanizado.

 
Cheguei ao campus e passei por uma estrutura de uma exposição, nem sei direito do quê, porque não prestei atenção. Só sei que tinha umas figuras tipo charge assim, só que em tamanho real, e enquanto ainda me sentia assim meio atormentada com o inesperado, achei graça de uma das figuras que estava bastante curvada, como se a placa que ela segurava estivesse muito pesada. E pensei nas bandeiras que a gente vai erguendo e depois não aguenta o peso, mas não larga o osso. E dei de cara comigo mesma.

 Tinha um espelho no final das figuras, coisa assim tipo "você faz parte desta história", sabe? Mas o impacto daquele espelho em mim foi imenso, coisa que nem parece de verdade. Cheguei no bar, pedi um troço. Como era horário de almoço, as mesas estavam todas ocupadas e eu perguntei a uma menina se poderia sentar com ela, ela disse sim, sentei. Em dois segundos chegaram mais duas e sentaram junto, amigas dela. Era uma mesa de quatro lugares, eu e três desconhecidas. Foi engraçado,fiquei sem jeito. O mais curioso foi que elas agiam como se eu não estivesse ali. Não me olharam nenhuma vez, e eu olhando pra elas, acompanhando a conversa. Engoli o troço que tinha pedido e saí no meio do assunto, achando graça da situação.Agora tô aqui, escrevendo, mandando um mail pra mim mesma, achando tudo bonito e engraçado. Coisa estranha esta tal identidade...