terça-feira, novembro 18, 2008

Aniversário.
O amargo se suspende por alguns instantes.
E volta. Ele sempre volta.
Mas hoje se suspende por alguns breves instantes, cada vez que eu lembro da data: 18 de novembro. Adoro esta data. Às vezes também odeio.

Há poucos dias, eu reclamava de uma espécie de anestesia que me tomava. Ela se foi, pro bem e pro mal. Volto a sentir tudo, com a intensidade que eu bem conheço. Nenhum meio-termo.

Neste momento, to num café perto da minha casa (minha internet não funciona desde ontem...). Gosto deste café, de poder escrever vendo a rua e o vento e as árvores. Gosto daqui.
Hoje eu choro no café. O garçom não deve estar entendendo nada. Choro por ter lido mensagens de amigos que me tocaram, e por ter sempre este amargo que só descansa por breves instantes.

18 de novembro é uma data mágica. Me causa uma faísca interna que não sei explicar. Ajuda a sentir, acima de tudo. Tudo se torna mais agudo. Sim, mais ainda... Para os que me conhecem, deve dar pra imaginar o drama todo...hihihi

Nas primeiras horas deste 18 de novembro, descobri algo perturbador. Descobri que preciso de menos para ficar razoavelmente bem. Passei as primeiras horas do meu aniversário assistindo tv, sozinha na sala, com a minha gata dormindo enrolada do meu lado. Não posso dizer que seja o meu ideal, mas também não me causa a tristeza que me causaria há algum tempo.
Descobri que a minha expectativa com as coisas e com a vida diminuiu. Perturbador.

Quis escrever pra celebrar a data comigo mesma.
Pra terminar, a letra de uma música do último cd do Ney Matogrosso(mito absoluto):

Lema
Ney Matogrosso
Composição: Carlos Rennó E Lokua Kanza

(Ioba iê)

Não vou lamentar
a mudança que o tempo traz, não
o que já ficou para trás
e o tempo a passar sem parar jamais
já fui novo, sim
de novo, não
ser novo pra mim é algo velho
quero crescer
quero viver o que é novo, sim
o que eu quero assim
é ser velho.

Envelhecer
certamente com a mente sã
me renovando
dia a dia, a cada manhã
Tendo prazer
me mantendo com o corpo são
eis o meu lema
meu emblema, eis o meu refrão

Mas não vou dar fim
jamais ao menino em mim
e nem dar de, não mais me maravilhar
diante do mar e do céu da vida
e ser todo ser, e reviver
a cada clamor de amor e sexo
perto de ser um Deus
e certo de ser mortal
de ser animal
e ser homem

Tendo prazer
me mantendo com o corpo são
eis o meu lema
meu emblema, eis o meu refrão
Eis o meu lema
meu emblema, eis minha oração
Eis o meu lema
meu emblema, eis minha oração

(Ioba iê)