sábado, setembro 25, 2004

quinta-feira, setembro 23, 2004

Não sei muito bem o que escrever.


Na verdade, acho que tudo o que eu tenho a dizer pode ser no máximo a continuação, talvez a elaboração de tudo aquilo que eu já disse.

Continuo um tanto cansada, não gosto quando a noite chega. Realmente não gosto quando a noite chega.

Não gosto de morar na minha pequena ilha, semelhante às pequenas ilhas onde todos moram, pra onde todos voltam quando a noite chega. Acredito que alguns tenham prazer nas suas pequenas ilhas, gostem da idéia de uma ilhinha toda sua e só sua pra morar. Outros talvez não se dêem conta de sua condição. Eu mesma já vivi assim, sem me dar conta de que tudo o que eu tinha era minha ilha pra morar, passando o tempo tão ocupada olhando pra longe, olhando pra fora dos limites da ilha que adormecia voltada para fora, prestando atenção ao que me rodeava, sem nunca conseguir olhar pra trás e encarar a ilha, o escuro da ilha, o desconhecido da ilha, o mistério da ilha, a minha ilha.
Agora, não consigo desviar o olhar da ilha. Encaro, investigo, avanço devagarinho, morro de medo e volto correndo! Chego até a bordinha e me dou conta que a ponte que tinha ali caiu há algum tempo, e que só me resta a ilha... Me entristeço, choro, grito, tento achar as pedrinhas que formavam a ponte, tento desesperadamente fugir. Fugir pra qualquer lugar. Onde fica algum lugar? Não sei... a gente nunca sabe...

É, só me resta a ilha.... e lá vou eu.... encho os pulmões de ar e encaro a ilha, vou entrando devagarinho, às vezes com passos firmes, na maioria das vezes bastante hesitante, mas vou, é o que me resta.