quinta-feira, janeiro 30, 2003

Esse é meu horóscopo egípcio. Tem algumas coisas a ver, outras não, mas é bem legal.

Hátor
(de 16/11 a 15/12)

Hátor é a deusa da alegria.
Seus domínios são a arte, a beleza, a dança e a música, bem como as viagens e os conhecimentos elevados. Protege os corações apaixonados e concede fertilidade às mulheres. É retratada como uma mulher formosa, mas em sua cabeça existe um par de chifres, símbolo da porção animal que há em cada ser humano. Dentre os chifres está o disco solar, que representa a porção divina de cada um. As pessoas nascidas sob o signo de Hátor são generosas, sensuais, exuberantes, sinceras e encantadoras. Possuem muita vitalidade e perseguem seus sonhos com garra e idealismo. Às vezes, pecam pelo exagero e pela excessiva boa-fé – por isso, aliás, são alvo constante dos aproveitadores, e precisam ficar atentas para não se deixarem enganar ou explorar. Quando enfrentam dificuldades, podem ficar mal-humoradas e descarregar sua irritação em cima de quem estiver mais próximo. Por isso, conviver com elas não é exatamente fácil! Os nativos de Hátor encontram a felicidade quando colhem os frutos de seus esforços profissionais, quando sentem que o seu amor ou sua amizade são correspondidos e quando fazem algo belo e grandioso, de que possam se orgulhar.



terça-feira, janeiro 28, 2003

Um mundo de lava invade a sala onde as pessoas derretem enquanto escrevem e lêem e vivem seus mundos sozinhas como vieram ao mundo de todos os que derretem e lêem e vivem seus mundos sozinhos como vieram ao mundo de todos mas todos os sonhos sufocam enquanto a lava escorre ardente pelas paredes e brota queimando do chão e das teclas do computador deve ser por isso que todos digitam mais rápido e mais rápido desesperadamente dizendo coisas desesperadamente querendo ter coisas a dizer a todos os que derretem.
Texto extraído de coisasdecinema.blogspot.com

Control C / Control V
Ela se escondeu atrás da voz que dizia: EU QUERO.
E foi, voltou, andou em rodas, fugiu, caiu. Nada foi do
começo, foi do avesso, mas existiu. Ela pensou em
fazer as coisa que não aconteceram, e aconteceu de
agora ela não pensar em nada. Mas o que dizia a frase
atrás da porta? O dia nasceu e ela estava em casa
pensando em se esconder atrás da voz que a fez viver.
posted by Lisiane at 2:55:28 PM

Ontem fui um anjo. Ou então tive um ao meu lado quando fui ao frio e cinzento supermercado.
As pessoas me olhavam com uma intensidade diferente, chegando a me deixar constrangida. Cheguei a pensar que dessa vez tinha exagerado na maneira estranha de me vestir, e que por causa da grande quantidade de estrangeiros circulando pela cidade nesses dias do Fórum Social, estava sendo confundida com um deles - estranha atração exercida pelo diferente... somos capazes de mudar de direção, tomar outro caminho só pra ver se conseguimos furtar algumas palavras proferidas em outro idioma qualquer.
Rapidamente percebi que não se tratava disso. Enquanto caminhava normalmente entre as frutas e verduras, notei que alguns carrinhos que passavam tinham aquelas cadeirinhas pra bebês. Toda vez que eu chegava perto de algum - assim, por acaso, enquanto escolhia ameixas ou bananas - a criança começava a me encarar com uma expressão muito tranquila, às vezes até sorria, ou estendia as mãos. Isso se repetia pelos corredores. Algumas crianças até se esticavam na cadeirinha enquanto eu passava.
Não pude evitar a analogia mais do que óbvia com um filme, em que um anjo passava pelos corredores de um hospital e chamava a atenção de todas as crianças.
Talvez tenha sido só a minha combinação de cores, por muito menos as pessoas costumam julgar umas às outras. Quanto às crianças, justamente as cores podem ter chamado a atenção da sua inocência...
Só sei que gostei de brincar de ser anjo....

segunda-feira, janeiro 27, 2003

Hoje estou meio sem vontades. Não tô com vontade de escrever mas, como não estou com vontade de fazer nada, o melhor que achei a fazer foi escrever. Acho que já mencionei isso, mas recomendo o blog da minha amiga: coisasdecinema.blogspot.com. Além dos textos dela, é claro, também tem algumas participações minhas. Em breve, terei textos dela no meu chinelo verde também.
A propósito, o chinelo existe mesmo. Está sob meus pés nesse momento. Por causa das bolhas do meu pé depois de passar a noite dançando de salto alto no casamento, agora só uso chinelos.
Fui ver as obras do grande artista do século que já acabou. Muita gente foi.
Em meio a touros e mulheres e mitos antigos e cabarés, pareço ter sido a única a atentar para o inusitado da melodia que invadia todos os cantos. Uma melodia lenta e suavemente forte que fazia vibrar cada partícula do meu estar.Me despertou os sentidos invariavelmente adormecidos ou forçosamente secretos nessas ocasiões.
Todos pareciam colocar a visão a serviço da minuciosa investigação da grande arte. Eu quis lembrar a audição, o olfato, o paladar, o tato... absolutamente inebriada na canção que me fez dançar secretamente por todo o salão, por todas as pessoas.
Não me viram, não me ouviram. Poderiam ter me degustado, me absorvido, me explorado na ponta dos dedos... Fui invisível, inaudível, intocável...
A visão - tão profundamente aguçada - explorando as linhas e os pontos e os desejos do artista, não foi capaz em absoluto de desvendar a volúpia secreta da menina que se deliciava, silenciosamente obscena.