terça-feira, junho 07, 2005

Hoje eu me encantei.

Vi movimento. Me encantei.

Algumas coisas parecem estar se acomodando. Desisti (ainda nao completamente) de acreditar em algumas mentiras minhas. Estou sendo reticente assim pra não começar a mentir de novo, e não gosto de inventar certezas...

Estou com raiva, muita raiva. Não sei se terei oportunidade de dizer toda essa raiva, talvez não. Vou dar um jeito de soprar ela toda pra fora, vou escrever uma carta desaforada, o que for... Não vou deixar isso me devorar, nem deixar tudo em compasso de espera novamente.

Estou com raiva de quem não me lê, não me liga, não sabe o que quer, não quer mais saber quem sou, não caga nem desocupa a moita, me arranca cada vez mais um pedaço quando me força a me desapaixonar, ergue uma parede achando estar protegido do mundo, e principalmente me dói. Cansei de dar soco na parede, cansei. Depois de muito tempo, entendi que dói.

Poucas vezes me expus tanto aqui, estou um tanto insegura...

Que se foda. Se isto não te interessa, não leia. Tem tanta coisa mais interessante pra fazer...

Estou só apostando no poder terapêutico na escrita.

Vamos ver como eu faço pra transportar tudo para a realidade...

segunda-feira, junho 06, 2005

Hoje eu me agredi.

Hoje eu quase não comi, além de coisas que não alimentam. Principalmente não falei. Mergulhei no meu casulo de proteção ilusória.

Fumei bastante, pra tentar morrer mais rápido, eu acho.

Me condenei a perder meu tempo pensando e sangrando uma perda que já aconteceu há muito tempo, uma perda que se repete infinitamente no meu plano de me agredir.

Me deixei sentada no sofá, inerte. Me deixei lá até o barulho incessante da televisão começar a me enlouquecer. Então, me deixei lá mais um pouquinho.

Levantei pra comer algo que não me faça bem e depois me deixar na frente do computador.

No meio da tarde, procurei um pouco mais da dor da qual não me convenço por completo.

Me condenei ao frio. Ao frio e ao silêncio.

...

Estou farta. Estou farta de tudo o que não é libertação.