segunda-feira, maio 19, 2003

Enquanto eu tomava banho ele me disse que o que sempre me pareceu azul era realmente azul e que eu podia sorrir e mostrar o lilaz que tomou conta de nós. Gosto de estar no elevador sem que ninguém possa ver. O tempo é o de ver o lilaz se transformar em vermelho rapidamente, para logo em seguida voltar ao lilaz e ao bom-dia-boa-tarde-boa-noite de todo dia . E tem também aquele amarelo do sol, aquele calorzinho aconchegante e que tem sempre hora certa pra terminar, a hora do até-mais-tenho-que-ir-mas-te-adoro-depois-te-ligo. E eu saio com os olhos de todas as cores, às vezes até um certo roxo meio triste da saudade e da vontade.Mas sempre volta o azul, e sempre volta o amarelo. Ah! E sempre o vermelho...

segunda-feira, maio 05, 2003

tem um cheiro que é
todo dele
tem ele todo que é
minha droga
preciso
quero
ele vem

tem uma boca e
um jeito dele de me olhar
ele tem um gato
que não tem nome
e tem uma janela
perigosa no nono andar

tem o ar de criança
quando me abraça forte
tem as mãos perfeitas
no meu corpo

tem tudo que me faz
sorrir só de lembrar
tem tudo que me faz chorar só de pensar
























































































































Coisa estranha escrever. Não sei se com todo mundo é assim, não deve ser, mas eu começo a escrever sem saber onde vai dar. Na verdade não sei nem se deveria escrever. Acho que não tenho nada relevante a dizer. Melhor mesmo é guardar pra mim. Não consigo.

terça-feira, abril 29, 2003

Vejo lugares já conhecidos e que um dia me despertaram mas que agora me dão e sono e me fazem querer ir pra casa mas vou e sei que preciso voltar e que preciso descobrir as vontades secretas que todos os lugares ainda me podem despertar.Tenho vontades artificiais no anseio de ter vontades.

Tenho sempre vontade do novo mas o novo nem sempre é novo e não é sempre novo e preciso então de um outro novo pra matar a sede e me impedir de ver todos os casulos começados e jamais terminados que povoam minha história e meu mundo de casulos incompletos que me olham e esperam que um dia eu os termine e finalmente os assuma e os complete com minhas vontades que nem eu sei e eles esperam.

E eles me olham.

segunda-feira, abril 07, 2003

A sala está ficando escura. Escura como eu. Meus olhos distorcem as cores e me vêem sombras. As sombras chegaram de repente envolvendo as cores que estavam muito vivas e em breve estarão indo pra logo depois voltar e ir e vir e ir. As sombras me impedem de ver as cores com clareza preciso perguntar às sombras de onde elas vêm e o que querem para ir embora. Preciso.

segunda-feira, março 10, 2003

Nossa...tantas cores diferentes... o mundo agora tem um cheiro e um jeito diferente do que tinha. Vejo uns olhos e umas mãos e um inteiro novo que me absorve como tudo o que me envolve. Estou sempre com sono ultimamente, por usar meu tempo curtindo o novo e a mim mesma e sonhando e chorando e me desesperando por bobagem e dando gargalhadas. Saio de madrugada pra buscar a bicicleta no portão e pra visitar o banco que vejo da minha janela e pra ficar feliz pra de repente depois ficar triste mas depois é depois e sei que agora é novo e agora é um cheiro que agora me faz sentir em casa em qualquer casa.

domingo, fevereiro 16, 2003

Me surpreendem as notícias de mim mesma. Me dizem que as cores são vivas e que o corpo repensa os limites e se move . Me dizem que as paredes já não mais sufocam como costumavam e que as janelas são apenas janelas não mais o limite máximo da minha segurança. Me dizem que as pessoas machucam pelo hábito de se defenderem do ataque invisível do contato assassino e que muitas vezes não há culpados nem inocentes, apenas os dois lados igualmente responsáveis e fracos e fortes e desajeitados e dois lados igualmente apavorados e perdidos no meio de coloridos ambíguos e incompreensíveis à primeira vista - às vezes até à segunda e à terceira. À s vezes, tenho notícias de uma tristeza, de uma vontade de nada, mas só às vezes... As notícias de mim mesma informam que estou bem. Que dias nublados também têm a sua beleza e que se a chuva me pega no caminho o melhor é encarar e abrir bem a boca pra absorver o máximo do que me oferecem.

quarta-feira, fevereiro 12, 2003

Uma tela branca e um tracinho piscando. Ele pisca como que querendo arrancar as palavras mudas agarradas à minha garganta, como se fugisse do relógio que tictacteia provocando a última leva de paciência do dia. E as palavras, nada... nem-te-ligo...

terça-feira, fevereiro 11, 2003

Estranho lugar este onde todas as coisas me lembram dos meus tempos.
Estranho lugar que conta minha história em blocos congelados de vida.
Lugar que guarda minha história antes dela própria, que conserva pelas paredes e pelos móveis e por todo o resto - tão diferente de paredes - histórias secretas dos tempos de criança de crianças que só conheci grandes.
Estranho lugar este que abriga memórias por todos os cantos qual um imenso baú de família.
Estranho lugar que vejo escapar por entre muitos dedos.

sexta-feira, fevereiro 07, 2003

Eu sei.
Eu sei que ela quebrou os pratos e te disse tudo o que pensava e até o que nunca tinha pensado mas precisava dizer e podia ter dito tudo ao dizer nunca mais e o recado teria sido dado mesmo assim eu sei que agora temos todo o tempo do mundo e podemos fazer o que quisermos e buscar todas aquelas borboletas de todas aquelas cores que sempre pensamos e até as que nunca pensamos eu sei.
Mas acontece que agora as palavras se entenderam finalmente e a situação me veio toda à cabeça com uma clareza inédita e agora eu consigo entender tudo aquilo que eu sentia e pensava e não conseguia decifrar nem pra mim mesma nem muito menos pra você e agora entendo que o tempo todo eu não fui eu pra você eu fui aquela que estava ali a desculpa perfeita que ninguém poderia condenar nem mesmo ela com seus pratos quebrados e seu nunca mais se desenrolando em um novelo de navalhas que não faziam sentido a não ser saindo da boca de uma Medéia completamente descontrolada.
Agora eu entendo que eu fui o álibi a cúmplice eu fui eu sou a bola da vez e agora você precisa arrematar a sua história e precisa de apoio num momento tão difícil em que todos precisam de uma coisa nova pra explicar outra que já acabou e seria tudo tão mais fácil se se pensasse em dizer que coisas acabam e dão espaço pra coisas novas e acabam porque já acabaram mesmo e daí e talvez surjam coisas novas mesmo e daí e não precisaríamos de uma desculpa perfeita pra tudo e o tempo todo seguir levando até achar a desculpa perfeita e então dizer que acabou mas começou fique tranquilo que eu estou legal e levando as coisas em frente é ela quebrou é ela disse é ela pensou mas eu tô na boa tá tudo bem.
E agora eu sei eu acho que o melhor a fazer é te deixar sozinho não não é que eu queira te deixar na mão não é que eu queira pular fora e acabar tudo e quebrar os pratos e desenrolar todo aquele novelo não é embora eu tenha a desculpa perfeita que é a indiscutível clareza de raciocínio que me assaltou nesse momento que é o momento de esclarecer as coisas porque daqui em diante não tem meio não tem agora não não tem a situação é complicada mesmo deixa pra depois vamos curtir nosso tempo não tem.
Daqui a desculpa se torna a história e qual vai ser a desculpa pra acabar a história que talvez já tenha acabado no momento em que se tornou história com cpf rg e todas aquelas coisas de coisas oficializadas que se colocam no caminho e exigem desculpas muito convincentes talvez até perfeitas tem louco pra tudo e elas se arrastam e rastejam e deprimem até as paredes em busca da gaveta ou prateleira certa pra se acomodar.
Não não me interrompa não me diga que eu não estou sendo clara porque eu sei que estou sendo absolutamente clara no que digo e eu acho que agora vou te deixar sozinho porque você tem que pensar onde foi que nos metemos e repensar toda aquela teoria de sempre pensar as coisas de um ângulo só que é pra não complicar mais as coisas e tal.
Não não estou quebrando os pratos que história de novelo é essa eu sei o que estou dizendo e sim pensei tudo isso e peraí quem é Medéia aqui que história é essa me deixa terminar de falar e sim estou fazendo sentido aos ouvidos de qualquer um e volta aqui que eu tenho que te deixar sozinho pra pensar toda essa coisa de desculpa que virou história que exige desculpa e rasteja e deprime e volta aqui que eu tô fazendo sentido sim ...

quinta-feira, fevereiro 06, 2003

Nossa! Há quanto tempo...
Já fui pra praia e voltei, fiz horrores de coisas....
Não sei nem por onde começar, ou se não é melhor deixar assim, e ir falando como se nada tivesse acontecido...
Bom, uma coisa interessante que acabou de acontecer foi o seguinte: eu não lembrava que a minha última letra no blog tinha sido sobre o horóscopo egípcio. Acabei de chegar da aula sobre história da arte, e lá eu vi umas fotos de arte egípcia. Uma delas era uma tríade que se constituia de um faraó, uma deusa que eu não lembro, e a deusa Háthor. Ainda virei pra minha colega e disse que aquele era o meu horóscopo egípcio. Cheguei em casa, fui checar meus e-mails, e resolvi dar sinal de vida no blog. Acabei vendo a Háthor de novo...
A verdade é que agora ando super ocupada com os trabalhos e provas de final de semestre.... tô quase louca. Quanto mais eu penso, mais coisas eu acho pra fazer...S.O.S....... ou, como diria a Lili: O.S.O....
Tá, vou explicar. Uma vez nós estávamos na praia do Ouvidor de noite, e a Lili começou a brincar com a lanterna, fazendo S.O.S em código morse, só que ela acabou se confundindo e não sabia mais se era S.O.S mesmo o que ela estava fazendo ou se era O.S.O. Acabou pegando a brincadeira, e até hoje rimos disso.
Agora eu estou simplesmente derretendo no calor de Porto Alegre, e vou tomar um banho pra depois estudar, estudar, estudar...

quinta-feira, janeiro 30, 2003

Esse é meu horóscopo egípcio. Tem algumas coisas a ver, outras não, mas é bem legal.

Hátor
(de 16/11 a 15/12)

Hátor é a deusa da alegria.
Seus domínios são a arte, a beleza, a dança e a música, bem como as viagens e os conhecimentos elevados. Protege os corações apaixonados e concede fertilidade às mulheres. É retratada como uma mulher formosa, mas em sua cabeça existe um par de chifres, símbolo da porção animal que há em cada ser humano. Dentre os chifres está o disco solar, que representa a porção divina de cada um. As pessoas nascidas sob o signo de Hátor são generosas, sensuais, exuberantes, sinceras e encantadoras. Possuem muita vitalidade e perseguem seus sonhos com garra e idealismo. Às vezes, pecam pelo exagero e pela excessiva boa-fé – por isso, aliás, são alvo constante dos aproveitadores, e precisam ficar atentas para não se deixarem enganar ou explorar. Quando enfrentam dificuldades, podem ficar mal-humoradas e descarregar sua irritação em cima de quem estiver mais próximo. Por isso, conviver com elas não é exatamente fácil! Os nativos de Hátor encontram a felicidade quando colhem os frutos de seus esforços profissionais, quando sentem que o seu amor ou sua amizade são correspondidos e quando fazem algo belo e grandioso, de que possam se orgulhar.



terça-feira, janeiro 28, 2003

Um mundo de lava invade a sala onde as pessoas derretem enquanto escrevem e lêem e vivem seus mundos sozinhas como vieram ao mundo de todos os que derretem e lêem e vivem seus mundos sozinhos como vieram ao mundo de todos mas todos os sonhos sufocam enquanto a lava escorre ardente pelas paredes e brota queimando do chão e das teclas do computador deve ser por isso que todos digitam mais rápido e mais rápido desesperadamente dizendo coisas desesperadamente querendo ter coisas a dizer a todos os que derretem.
Texto extraído de coisasdecinema.blogspot.com

Control C / Control V
Ela se escondeu atrás da voz que dizia: EU QUERO.
E foi, voltou, andou em rodas, fugiu, caiu. Nada foi do
começo, foi do avesso, mas existiu. Ela pensou em
fazer as coisa que não aconteceram, e aconteceu de
agora ela não pensar em nada. Mas o que dizia a frase
atrás da porta? O dia nasceu e ela estava em casa
pensando em se esconder atrás da voz que a fez viver.
posted by Lisiane at 2:55:28 PM

Ontem fui um anjo. Ou então tive um ao meu lado quando fui ao frio e cinzento supermercado.
As pessoas me olhavam com uma intensidade diferente, chegando a me deixar constrangida. Cheguei a pensar que dessa vez tinha exagerado na maneira estranha de me vestir, e que por causa da grande quantidade de estrangeiros circulando pela cidade nesses dias do Fórum Social, estava sendo confundida com um deles - estranha atração exercida pelo diferente... somos capazes de mudar de direção, tomar outro caminho só pra ver se conseguimos furtar algumas palavras proferidas em outro idioma qualquer.
Rapidamente percebi que não se tratava disso. Enquanto caminhava normalmente entre as frutas e verduras, notei que alguns carrinhos que passavam tinham aquelas cadeirinhas pra bebês. Toda vez que eu chegava perto de algum - assim, por acaso, enquanto escolhia ameixas ou bananas - a criança começava a me encarar com uma expressão muito tranquila, às vezes até sorria, ou estendia as mãos. Isso se repetia pelos corredores. Algumas crianças até se esticavam na cadeirinha enquanto eu passava.
Não pude evitar a analogia mais do que óbvia com um filme, em que um anjo passava pelos corredores de um hospital e chamava a atenção de todas as crianças.
Talvez tenha sido só a minha combinação de cores, por muito menos as pessoas costumam julgar umas às outras. Quanto às crianças, justamente as cores podem ter chamado a atenção da sua inocência...
Só sei que gostei de brincar de ser anjo....

segunda-feira, janeiro 27, 2003

Hoje estou meio sem vontades. Não tô com vontade de escrever mas, como não estou com vontade de fazer nada, o melhor que achei a fazer foi escrever. Acho que já mencionei isso, mas recomendo o blog da minha amiga: coisasdecinema.blogspot.com. Além dos textos dela, é claro, também tem algumas participações minhas. Em breve, terei textos dela no meu chinelo verde também.
A propósito, o chinelo existe mesmo. Está sob meus pés nesse momento. Por causa das bolhas do meu pé depois de passar a noite dançando de salto alto no casamento, agora só uso chinelos.
Fui ver as obras do grande artista do século que já acabou. Muita gente foi.
Em meio a touros e mulheres e mitos antigos e cabarés, pareço ter sido a única a atentar para o inusitado da melodia que invadia todos os cantos. Uma melodia lenta e suavemente forte que fazia vibrar cada partícula do meu estar.Me despertou os sentidos invariavelmente adormecidos ou forçosamente secretos nessas ocasiões.
Todos pareciam colocar a visão a serviço da minuciosa investigação da grande arte. Eu quis lembrar a audição, o olfato, o paladar, o tato... absolutamente inebriada na canção que me fez dançar secretamente por todo o salão, por todas as pessoas.
Não me viram, não me ouviram. Poderiam ter me degustado, me absorvido, me explorado na ponta dos dedos... Fui invisível, inaudível, intocável...
A visão - tão profundamente aguçada - explorando as linhas e os pontos e os desejos do artista, não foi capaz em absoluto de desvendar a volúpia secreta da menina que se deliciava, silenciosamente obscena.

sábado, janeiro 25, 2003

Hoje o amarelo voltou - ou seria outro amarelo? - e veio acompanhado do laranja e do branco. Me chamou na janela pra ver a dança das borboletas sobre o verde.
Dançaram, e foram embora.
Arghhh!!!!!!!!! Hoje tenho o casamento!!!!!!!!! Não vou poder ir ao Fórum, justo hoje, que é sábado, dia sem compromissos...ou não...
Que saco. Ainda vou ter que me arrumar toda, salto alto, roupa cheia de frescura... tudo que não tem nada a ver comigo...
Tenho que almoçar, tomar banho, fazer uma depilação básica, e no meio de tudo isso, ainda vou estudar e tocar flauta. O casamento vai impedir que eu vá ao Fórum hoje, mas não vou deixar que essa movimentação ocupe todo o meu dia. Não vou mesmo. Tenho que ler um monte sobre tragédia grega, e tenho que estudar flauta. Tô recém no início, não posso amolecer agora...
E, finalmente, vou ao casamento, assistir àquele show de horrores. Gente chorando, fingindo que acredita naquele até que a morte os separe ou realmente acreditando, não sei. Acho tudo isso meio deprimente. A maneira como as pessoas acham que a felicidade deve necessariamente passar por cerimônias religiosas, às vezes (quase sempre) nem acreditando na própria religião que realiza a cerimônia... Não consigo entender... Também tem o lance de apresentar o casal à sociedade, mas isso poderia ser feito tranquilamente sem passar por religião nenhuma. Quero deixar bem claro que não tenho nada contra o casamento para pessoas que sejam realmente religiosas, afinal pra essas pessoas, a cerimônia deve ter algum significado maior do que mostrar a todo mundo que está indo morar com o namorado, ganhar vários presentes, fazer uma grande festa, e ressucitar valores e instituições falidos . Bom, casamento defintivamente é pra mim uma movimentação absolutamente desnecessária.

sexta-feira, janeiro 24, 2003

O dia foi todo cheio de poesia. As coisas mais inacreditáveis aconteceram. Falei com muitas pessoas importantes pra mim, e que não tinha contato há algum tempo. E não foi uma aproximação forçada, programada. Tive que falar com duas amigas da dança pra convidá-las pra participar comigo da peça. Sabe como é, o assunto acaba se desenvolvendo, e com uma delas, a Ju, bati um papo bem longo sobre os rumos do grupo de dança. O melhor é que nós parecemos concordar em muitas coisas, e talvez consigamos colocar o grupo pra funcionar realmente.
Com a Mari, falei rapidinho. Ela estava de saída, mas combinamos um encontro amanhã pra eu mostrar o roteiro da peça, e certamente chegaremos ao assunto grupo de dança.
Quando eu estava chegando na casa da Lili, vi uma cena muito interessante: um carro parado em cima da faixa de segurança, com uma noiva dentro, a 50m da igreja. Tenho um problema com a instituição do casamento (aliás, vou presenciar o do meu primo amanhã - o meu sonho pra um sábado à noite), mas superei meus preconceitos pra poder ver a poesia do momento. A pressa do motorista - a noiva devia estar atrasada - evidente pelo local do carro, a contraditória tranquilidade no seu rosto contrastando com a ansiedade no da noiva, que me encarou muito séria tentando fazer ar de nem te ligo...cena clássica...nunca mais vou esquecer.
O mais inacreditável foi quando a Pri me ligou. Acho que já fazia uns três ou quatro meses que não nos falávamos. Hoje de tarde, por um motivo que não vem ao caso aqui, lembrei dela e pensei se ela trabalhava no mesmo lugar ainda, que horas eu poderia pegá-la em casa... pensei em ligar qualquer dia. Fui pra casa da Lili, o meu celular tocou, e era ela. Inacreditável.

Ouvi dizer que o tempo das borboletas é o tempo de viver para amar. O tempo de não deixar que as borboletas desapareçam. Talvez por isso o amarelo tenha procurado o mesmo amarelo, sem notar o roxo das flores intensas do outro lado da rua.
Vi uma borboleta amarela muito pequena e muito frágil voando por sobre a árvore de flores amarelas perto da minha janela.
Olhei pro outro lado da rua e vi uma árvore tapada de flores intensamente roxas, tristes...
Quis pedir ao amarelo que passeasse por sobre o roxo, mas não pude aprender a língua das borboletas antes que ela fosse embora brincando no verde das árvores sem flores.
Tô emocionada com essa história de blog, não consigo parar de escrever...
Pelo jeito, consegui apagar as mensagens. Até mais do que eu gostaria.... O pior é que eu não lembro como eu fiz... tecnologia....
Tô no campus, acabei de ter uma reunião com o pessoal da turma. Nós estamos montando uma peça de teatro, pro final de uma cadeira. Ainda estamos muito no início, estudando o roteiro... Acho que vai ser bem legal.
Tenho que montar um curriculum (não consigo evitar de achar essa palavra engraçada) pra tentar um estágio no lugar dos meus sonhos. Não sei se vou conseguir, pois lá não costumam pegar estagiários de história, só de artes plásticas e, além disso, eu estou recém no segundo semestre... Mas não custa tentar, né? Vou levar meu super curriculum (rsrsrs) e ver o que acontece. Se me disserem que vão dar preferência ao pessoal das artes, já tenho um discurso preparado de como isso contribui à separação entre a história política e a história da cultura, e de como isso caminha para uma elitização cada vez maior do circuito artístico. Tá tudo na ponta da língua. Se disserem que eu tenho que esperar mais um tempo pra poder pegar um estágio, eu já tenho outro discurso de como eu preciso definir minha área de atuação profissional o quanto antes, pra evitar de ficar num curso por quatro semestres e só então descobriri que não era bem o que eu queria na prática, e que eu deveria fazer artes plásticas mesmo, ou artes cênicas. Se eu não conseguir o estágio, pelo menos não vai ser por falta de blablablá...é o estágio dos meus sonhos...
Puta merda! Tô tentando remover as duas mensagens que eu acabei enviando repetidas, mas não to conseguindo...Tenho um sério problema de adaptação a novas tecnologias. Já tentei de tudo, cliquei em tudo o que podia, mas devo ter deixado algum detalhe pasar. Vou ter que passar pela humilhação de perguntar à Lili como é que se faz, e ela vai me dar uma resposta super simples e direta, tipo: mas Lu, é só clicar em tal coisa e "delete".
Mas tudo bem, pelo menos da próxima vez eu já vou saber.