sexta-feira, junho 25, 2010

Sobre o amor

É estranho pensar. Acho engraçado até.

O que eu pensei é o seguinte: quando se ama alguém, principalmente quando esse alguém não te ama, a pessoa carrega por aí algo teu. Anda por aí, em lugares desconhecidos, sabe-se lá com quem, mas carrega algo teu. Estranho pensar.
O amor vai junto com a pessoa. Não sei onde ela está agora, neste momento. Pode estar na casa que eu conheço. Pode estar se entregando para outra pessoa. Não importa. Meu amor está lá. E eu não tenho controle sobre isso.
O mais perturbador é que, andando por aí, corro o risco de encontrar esse pedaço de mim que ela carrega. É meu, mas está com ela. É sempre um risco. E dá medo. É triste ver meu amor andando por aí, distante. Quero de volta.
Às vezes dói sentir o buraco que esse pedaço de mim deixou. É no peito. E só quem sente entende. Falta um pedaço. E ele anda por aí. Dói. E dá medo de encontrar. Esse pedaço lá, entregue e quem não o quer. A quem anda distribuindo seus pedaços por onde bem entender.
Dá vontade de pedir cuidado. Mas não se pode pedir nada. Apenas esperar. Esperar o dia em que esse pedaço desgarrado volte. Um dia ele volta. De tanto não ser cuidado, ele acaba voltando. Cansa, e volta. Demora, mas volta.
Por enquanto passeia por lugares que eu não consigo imaginar. Não quero imaginar. Não suporto.
Volta, pedaço. Te espero.
Volta pro meu peito.
Te espero. Espero o dia em que vais cansar dessa falta de cuidado, dessa falta de te querer. E estarei aqui. De peito aberto, para ocupares o teu lugar. E vou estar plena quando voltares.
Toma o teu tempo. Sei que precisas. É difícil, eu sei. Vontade de ficar, de ser acolhido. Uma hora vais cansar.
E eu espero, pacientemente.

Um comentário:

p edro disse...

Com o perdão da palavra mas, caralho!
Saiu rasgando por dentro isso.

E só quem sente é que sabe mesmo! Não tem por onde... É inevitável.